4 de abril de 2011

A vida de namorado depois dos cinqüenta.

Infância, adolescência, juventude , maturidade , meia idade, ai chegou o ponto.
Meia idade e namorando .
É assim que a gente apresenta ela e é assim que ela apresenta a gente.
Parece que estamos falando de um casalzinho de 18 anos.
Mas não.Estamos falando de homens e mulheres , na faixa dos 50 , que estão reconstruindo em si mesmos o amor.
Já não tem cueca melada e calcinha molhada.
A maturidade pede o que não se viveu até aqueles dias. Ficar quieto , por exemplo, é uma destas coisas.
Não se sabe ao certo se são namorados ou qualquer outra coisa.
O fato é que são olhados como se fossem outra coisa.
A vida é atípica.
Tem-se parte da vida, mas não se tem o cotidiano.
Entra ano, sai ano.
Só se tem alguns bons momentos, e os sofrimentos?
É uma vida part-time, como gostam de trabalhar e, muitas vezes, viver os gringos.
Cadê o arroz,o feijão, o bife? Ao casal de namorados está reservado as coisas especiais, diferentes, saborosas, ...
Mas não a vida, o dia a dia , o ciúme, o arranca rabo, ... o respeito.
Parece que tudo se resume a beijos e abraços. Contas para pagar? Nem pensar, ... isto é coisa de quem é casado.
Até que não seria má idéia, eles seriam seres comuns, como a grande maioria do mundo ocidental.
Namorar depois dos 50 , é como ganhar na loteria e descobrir que o dinheiro não vai dar para comprar tudo o que tu queres.
Não falei aqui dos filhos de um e dos filhos do outro.
Não falei do ex e da ex.
Quando civilizados, menos pior , mas invariavelmente não são.
Namorar aos 50 é como ser miope: só se enxerga perto.
Longe, na perspectiva, tudo fica fora de foco.

Os ansiosos tem que tomar Lorax para caramba.
Talvez , os dos 50 amadureçam de fato e descubram que lhes resta muito pouco tempo para viver o amor verdadeiro com saúde plena.
Mas se preferirem se enganar e adiar o que há demais importante na vida de um ser humano, que continuem vivendo a síndrome dos 18 no mela cueca e molha calcinha.
O problema é que o amor não espera.

2 comentários:

Unknown disse...

Mais um post consciente sobro o inconsciente coletivo!
Estou longe dos 50, mas seria presunção dizer
que dá pra entender perfeitamente?!

Um beijo,

Henrique

Anônimo disse...

Muito bom!!! Como sempre textos ótimos...

Bjs
Gabriela

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